Notebook lento – dicas para melhorar

A demanda por notebooks e computadores de mesa experimentou crescimento vertiginoso no último ano, com tendência a continuar subindo ainda por um bom tempo. Essa demanda pressiona os preços, obrigando os proprietários de máquinas antigas a “ressuscitá-las”, a fim de atenderem as demandas do trabalho, estudo e lazer. Neste artigo falaremos sobre Notebook lento – dicas para melhorar o desempenho e adiar gastos.

Os preços dos novos notebooks quase triplicaram nos últimos doze meses, ao mesmo tempo em que estes equipamentos tornaram-se essenciais para a execução de tarefas.

A implantação em massa de sistemas de “home-office” e a expansão obrigatória da educação à distância provocou uma corrida dos consumidores às lojas em busca de estações de trabalho, causando o desabastecimento do setor e a inflação do segmento.

Notebook usado – a solução para os preços altos

Para quem não pode gastar com máquinas novas, cujos preços atualmente são proibitivos, uma boa alternativa é investir em um equipamento usado, de boa procedência.

O problema dos notebooks usados que estão à disposição no mercado brasileiro é a obsolescência, ou seja, degradação dos requisitos da máquina em relação às exigências atuais para o processamento de programas e aplicativos.

Notebooks antigos, fabricados há mais de 7 anos, possuem arquitetura de hardware ultrapassada, pensada para uma época em que os programas eram basicamente mais “leves” e não exigiam tanto das máquinas.

Tenho um Notebook usado, antigo. O que deve ser analisado na arquitetura de construção?

Há vários fatores que devem ser analisados quando se quer melhorar o desempenho de um notebook. Vamos enumerar alguns:

Processador: quanto mais antigos, mais lentos. Atualmente a forma mais rápida de se identificar a “idade” de um processador é sabendo a qual geração ele pertence. Os processadores “Core i3”, por exemplo, apesar de impressionarem os compradores pelo nome, começaram a ser produzidos em 2009. Isso significa que, se você comprar um notebook em 2021, com um processador Core i3 de primeira geração, por mais impressão que isso possa lhe causar, ele terá doze anos de idade. Além de todo o desgaste térmico e elétrico que o componente sofreu, há a questão da arquitetura de construção, que foi pensada para atender as necessidades daquela época, sem as exigências atuais.

Memória RAM: Responsável por armazenar temporariamente o conjunto de instruções solicitado pelo processador, a memória RAM é um dos componentes mais básicos e essenciais de um notebook. A sua simples ausência já impede que haja qualquer tipo de vídeo na máquina. Por isso, a quantidade de memória RAM, tanto a instalada como a suportada, é de extrema importância. Notebooks com capacidade máxima de RAM até 2 GB, sem possibilidade de expansão, são extremamente lentos e dificilmente alcançarão um bom desempenho, mesmo que outros elementos sejam atualizados. Não há como se fazer milagre com tão pouca memória. Outro fator a ser observado nas memórias RAM é a arquitetura de construção. Memórias DDR2 já são bem ultrapassadas, com velocidade de acesso muito limitado. Máquinas com esse tipo de memória, por mais que se aumente a quantidade de módulos instalados, apresentarão pouca ou nenhuma melhora no desempenho. Memórias RAM DDR3, mesmo que já ultrapassadas pelas DDR4, ainda são uma boa referência para o desempenho dos notebooks.

Placa mãe: A placa mãe é a base de sustentação de todo o projeto de um notebook ou PC. É ela que irá receber, alimentar e gerenciar os componentes que fazem parte da máquina. Por isso, quanto mais antiga a placa mãe, mais limitada ela é. Primeiro pela capacidade de upgrade dos componentes. As placas mãe são projetadas para receber chips de determinada arquitetura, inclusive com posições e quantidades específicas de pinos. Então, não adianta comprar um processador de 10ª geração para uma placa que foi projetada para receber um de 1ª geração. Não vai encaixar. E se encaixar, não vai reconhecer. Além disso, tem a questão dos slots de expansão disponíveis. Quanto mais antiga a placa, mais precários são os slots de expansão. Também devemos considerar o desgaste natural da estrutura física da placa mãe: capacitores estufados e com fator ESR alterado, resistores e transistores alterados, pinos oxidados, soldas rompidas, etc. Todo esse desgaste é natural e se acentua com o tempo. A BIOS é outro fator decisivo em uma placa mãe. É a BIOS que dá a partida em todo o funcionamento da máquina. Placas antigas suportam BIOS antigas, que não reconhecem novos programas nem novos Hardwares.

Mas então, diante de tantas limitações, ainda é possível melhorar o desempenho de um notebook antigo?

Mesmo diante de tantos fatores que pesam contra o desempenho de notebooks antigos, ainda há uma boa notícia para quem precisa botar sua velha máquina em funcionamento mas não quer ficar a maior parte do tempo esperando as coisas “carregarem”. Além da boa e velha “formatação”, com uma instalação limpa do sistema operacional, duas outras ações, a nível de hardware, devem ser consideradas e tem dado resultado:

1) Aumentar a disponibilidade de memória RAM. Conforme já exposto acima, a RAM é a responsável por carregar as instruções recebidas do processador. Logo, quanto maior a sua capacidade, melhor será o processamento; e

2) Substituir o HDD por um SSD. Esta ação tem sido decisiva na melhora do desempenho de máquinas antigas. Os SSD trabalham em velocidades até dez vezes superiores aos antigos discos rígidos. Além disso, consomem menos energia e aquecem menos. Mesmo máquinas muito antigas tem experimentado uma sobrevida ao receberem um SSD, mesmo que de pequena capacidade.

Considerações finais

Não existem milagres na hora de melhorar o desempenho de notebooks antigos. O que existe é a aplicação racional de medidas lógicas que irão, em conjunto com a arquitetura disponível, elevar a velocidade de acesso do processador aos programas e aplicativos.

A adição de mais memória e a inclusão de um SSD não mudam em nada o fato de que o processador é velho e a placa é antiga e desgastada. Muitas pessoas insistem em transformar um notebook antigo em “gamer”, apenas acrescentando mais memória e colocando um SSD. Isso não vai acontecer. Essas medidas são úteis para dispositivos empregados no dia a dia, no escritório, no processamento de textos e planilhas, na leitura de arquivos, no acesso à internet, etc.

Para o segmento “gamer” é preciso muito mais que um “upgrade”; é preciso gastar. E gastar muito.

6 Comentários
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  1. Oi, eu tenho um notebook Samsung RV415, com processador AMD, 4 GB de RAM e HD de 320 GB. O que posso fazer para deixar ele mais rápido e quanto custa?

    • Bom dia, Jhonatan Duarte. Obrigado pelo contato. O seu notebook já tem uma configuração de RAM aceitável. O recomendado para melhorar o desempenho dele é adicionar um SSD de 120 GB e instalar um Caddy para habilitar o segundo HD (o de 320 Gb que vc já tem). No SSD vc instala o sistema operacional e os programas e usa o HDD para guardar suas fotos, vídeos e documentos. Assim o seu notebook terá uma ótima taxa de resposta para tarefas básicas. Quanto ao preço, hoje (02/04/21), um SSD de 120 GB da marca KingSpec está na faixa dos R$180,00. Um Caddy de 12,7 mm (para o seu modelo) custa em média R$69,90 (preços de Itaipuaçu). Se vc deixar em uma oficina para configurar isso, pagará em torno de R$110 de mão de obra. Então, o seu gasto médio total será de R$359,90 (pode variar). Considerando que notebooks novos básicos hoje custam em média R$ 2 mil, ainda vale a pena ressuscitar o seu velho RV415. Espero ter ajudado.

  2. Respostas
    Fábio Greenhalgh 02/04/2021 as 09:56

    O Caddy com o segundo HD pode ser colocado em qualquer notebook?

    • Olá, Fábio Greenhalgh. Bom dia. Não. Não é qualquer notebook que pode receber o segundo HD. Para a instalação do Caddy com o segundo HD é necessário que o seu notebook possua drive óptico, ou seja, deve ter o leitor de CD/DVD. O Caddy com o segundo HD é instalado no lugar do drive óptico. Verifique se o seu notebook possui esse drive e quais as dimensões, para adquirir o Caddy correto. Obrigado.

  3. Oi, quando coloca o SSD é obrigatório instalar o caddy com o segundo HD?

    • Olá, Marcelo Thanus. Bom dia. Não. Não é obrigatório instalar um caddy com o segundo HD. Porém, há dois fatores a considerar: Tamanho do SSD e quantidade de arquivos e programas que serão instalados. Se você instalar um SSD de 120 GB, boa parte do espaço já será consumido pelo sistema operacional (cerca de 30 GB). Considerando que o seu notebook é básico, para tarefas do dia a dia, você também precisará instalar um Antivírus, o pacote Office, O Win Rar, o leitor de PDF e o navegador (é claro). Isso já irá lhe consumir mais alguns 12 GB. Considere as atualizações do Sistema operacional, que são obrigatórias. Cada atualização, depois de instalada, chega a consumir 5 GB de espaço e, no caso do Windows 10, normalmente são 2 atualizações por ano. Considere também que você não deve usar todo o espaço do seu SSD, sendo recomendado deixar pelo menos 20% livre para que o sistema funcione de forma adequada. Outro fator a ser considerado no SSD é que você deve reduzir o ritmo de gravações e remoções de arquivos, pois isso diminui a vida útil do dispositivo. Diante disso tudo, o ideal é que o SSD seja usado apenas para a instalação do sistema operacional e dos programas, ficando, dessa forma, o segundo HD responsável pelo armazenamento de fotos, vídeos e documentos.

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